Gado fica sem pasto
Durante a seca, com a diminuição dos pastos, o alimento fica escasso para o rebanho bovino. Este fenômeno é cíclico e varia em menor ou maior gravidade. Este ano devido à elevação do nível das águas houve uma grande diminuição das pastagens. Com pouco alimento o gado fica mais propício a doenças, e a carne perde em qualidade. Em toda região Norte, o maior problema do gado não são doenças ou parasitas, é a fome, uma deficiência que tem tratamento: a prevenção.
O que acarreta ainda mais ainda a má alimentação dos bovinos é o ecossistema de várzea e terra firme, e a forma com que o pasto é tratado, com resquícios de queimada e sem adubação. Segundo o médico veterinário do Idam, Octacílio José Neto, é necessária uma adequação do suporte pastoril, com divisão de pastagens e formação de capineiras para sustentar o animal. É essencial investir para melhorar o rendimento em pequenas áreas e não desmatar.
Preocupada com o uso da terra a Embrapa desenvolve o projeto Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (Ilpf), uma estratégia de produção sustentável baseadas em práticas conservacionistas, tais como plantio direto, a rotação e a sucessão de culturas e o manejo animal para recuperação de pastagens e auxilia os pecuaristas em alternativas sustentáveis e não extensiva, com grandes áreas, como ocorre no município. “Com o manejo sustentável o produtor consegue aumentar até em seis vezes a sua produção”, declara o analista da Embrapa Amazônia Ocidental Bruno Scarazatti.
Parintins tem cerca de 120 mil cabeças de gado espalhadas em diversas propriedades, ainda são poucos os investimentos no setor, não são todos os pecuaristas que aceitam ou tem verbas para pecuária intensiva, baseada em áreas pequenas e com a alimentação rica em soja, milho e rações.
Com a chegada dos cursos de produção animal nas unidades federais houve um avanço no município, já existem fazendas que adotaram a exterminação artificial. Octacílio Neto alerta que os bovinos devem ser criados no tripé de qualidade: alimentação com bons pastos; sanidade com vacinas aftosa e brucelose, mineralização; e genética para o melhoramento animal.
Juliana Cristina
Especial Para Repórter Parintins