O voto que tem preço, logo perde o seu valor
A partir do momento que começamos a entender as necessidades de políticas públicas, devemos interessar-nos mais pela política, ou então, corremos o sério risco de sermos enganados por quatro anos como certo “analfabeto político”1
Plínio Arruda Sampaio (2010), em seu artigo “por que participar da política?”, consegue distinguir dois tipos de políticos: os políticos fisiológicos, aqueles que buscam apenas satisfazer seus apetites por dinheiro, prestigio ou poder e os políticos ideológicos, os que fazem política por convicção.
Nessas eleições, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com a campanha voto limpo para as eleições 2012, tem incentivado a participação consciente dos eleitores no pleito de outubro a não votarem em políticos chamados de “ficha suja”2. Mas, temos notado que muitos eleitores ainda tem usado uma prática sorrateira e indevida dos favores ou benefícios conseguidos em período eleitoral, ou após este período eleitoral com promessas de cargos, etc. Imaginemos que você já tenha algum dia recebido R$ 50,00 (cinquenta reais) ou mais para votar em um determinado candidato, sem mesmo conhecer a sua vida pregressa, favorecendo um candidato que muitas vezes chega a utilizar um recurso financeiro não declarado em campanha, talvez fruto de um caixa dois ou até mesmo de recursos públicos. São essas atitudes que chamamos de “compra de voto”3.
Os políticos fisiológicos, geralmente pagam pelo seu voto para beneficiar-se nas eleições, consequentemente fará de você um cidadão sem dignidade para cobrar melhorias para sua cidade. Essa é a parte visível, pois políticos corruptos já estão envelhecendo no poder, originado pela pouca renovação das pessoas nos cargos do legislativo ou executivo, sendo sempre os mesmos eleitos, que criam uma classe profissionalizada de políticos.
Pergunte-se, já cheguei à conclusão de que as propostas apresentadas por meu candidato escolhido são viáveis? Ele tem projetos bem estruturados para captação de recursos? Quais os benefícios que favorecerão a nossa comunidade? Essas e outras perguntas devem fazer parte justamente no momento em que determinado candidato apresentar-se para pedir o seu voto.
Façamos ainda um pequeno cálculo daquele dinheiro (R$ 50,00) que você poderia ter recebido. Um ano tem 365 dias, quatro anos tem 1.460 dias e se dividirmos R$ 50,00 por 1.460 dias é o que vale a R$ 0,03 (três centavos). Pensando bem, um candidato eleito terá quatro anos para trabalhar em prol da população, ou não.
Então, queremos que os eleitores conheçam a diferença entre preço e valor: o voto que tem preço corresponde a três centavos. Logo, perde seu valor social, ético, moral, econômico, etc. É assim que você deverá sentir-se, pois todo valor que você tem, certamente deixará de existir pelo preço do seu voto.
O autor é Bacharel em Administração de Empresas pela UFAM